quinta-feira, 3 de abril de 2008

Os sonhos.

Sonho estranho esse que eu tive ontem, não é?

Afinal de contas o que são os sonhos? O que eles representam? As religiões dizem uma coisa, a cultura diz outra, já a ciência diz outra diferente das duas.

A Wikipedia diz que o sonho é uma experiência de imaginação do inconsciente durante nosso período de sono. Sabe-se que até os bebês no útero sonham, mas não se sabe com o quê. Em diversas tradições culturais e religiosas o sonho aparece revestido de poderes premonitórios ou até mesmo de uma expansão da consciência.

Sigmund Freud definiu o conteúdo do sonho como “realização dos desejos”. No enredo onírico haveria o sentido manifesto (a fachada) e o sentido latente (o significado), este último realmente importante. A fachada seria um despiste do superego (o censor da psique, que escolhe o que se torna consciente ou não dos conteúdos inconscientes), enquanto o sentido latente, por meio da interpretação simbólica, revelaria o desejo do sonhador por trás dos aparentes absurdos da narrativa.

Ele tem razão em uma coisa. Os sonhos realmente parecem absurdos. A maioria deles não compensaria nem contar, tamanho o surrealismo dos mesmos. São coisas sem pé nem cabeça. Pessoas que eu conheço, mas que não se conhecem, convivem normalmente. Coisas de uma cidade se misturam com as de outra.

Esta noite sonhei que estava andando de carro perto de uma floresta que existe em minha cidade natal. De repente comecei a escutar barulhos de rezas e a floresta começou a queimar. Aí encontrei algumas pessoas com as quais convivo hoje, e que sequer conhecem minha cidade natal. Suspeitei de um ritual satânico acontecendo na floresta, mas não sei por quê. Aí encontrei um lugar aberto, no meio da floresta, como se fosse um grande pátio. E estavam todos ali. Centenas de pessoas. Era um show de talento. Um show de talento, meu deus do céu. O que é que tem a ver? Tinha um pessoal que se formou comigo na faculdade. Tinha até um gordo, que no sonho, conseguia dar chutes altíssimos.

E realmente. Se alguém escrevesse um livro baseado em sonhos, ele iria parecer um total absurdo... O mesmo seria se eu fizesse um blog totalmente baseado neles. Mas será que por trás de todas as coisas estranhas que podem acontecer, não haveria algo implícito, como disse Freud? Algum significado?

Mas a interpretação de Freud é hoje extensamente contrariada, ou ao menos, complementada. Segundo Jung, os sonhos não são apenas reveladores de desejos ocultos. Na busca pelo equilíbrio, personagens arquetípicas interagem nos sonhos em um conflito que buscam levar ao consciente conteúdos do inconsciente. Entre essas personagens, estão a anima (força feminina na psique dos homens), o animus (força masculina na psique das mulheres) e a sombra (força que se alimenta dos aspectos não aceitos de nossa personalidade). Esta última, nos sonhos, é a grande vilã da história toda.

Para Jung, o importante é saber como o sonhador, o protagonista no sonho (que representa o ego) lida com as forças malignas (a sombra), para se averiguar como, na vida desperta, a pessoa lida com as adversidades, a autoridade e a oposição de idéias. Jung aponta os sonhos como forças naturais que auxiliam o ser humano no processo de individuação.

Isso quer dizer que os sonhos estariam me mostrando algo sobre mim que nem eu mesmo sei. Todos os meus anjos e demônios internos. Meus aliados e meus adversários numa guerra que é realizada toda noite enquanto eu durmo, sendo que na maioria das vezes, eu esqueço o que aconteceu...

E por que será que eu esqueço?

Não sei...

Mas acho que eu sabia...

Mas esqueci.

Bons sonhos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Alguém aqui está acordado?
Você esta sonhando nesse momento?
Não? Você está acordado então?
Prove-me!
Tudo está emaranhado!
Estão-se emaranhados, conseqüentemente, tudo é uma coisa só! Como assim? Mas aos nossos olhos as coisas não são assim. A gente é capaz de tocar algo, sentir, gostar... Será mesmo?
Talvez quando estejamos dormindo, estamos acordados. Ou não?
Cadê a prova?
Eu quero uma prova!
Será que estamos vivendo várias vidas ao mesmo tempo?
Será que quando nós morremos, voltamos para algum ponto em nossa vida em que a gente precisa consertar algo, e que simplesmente acordamos de um sonho, o qual a gente não se lembra? Mas cadê o sentido final disso tudo?
Só Deus sabe! Mas cadê Deus? Que ironia, não? É sempre assim, quando pensamos que sabemos a resposta aparece outra pergunta. No fim disso tudo, na verdade, ninguém sabe de nada! Ou sim?
Perguntas – respostas -perguntas-respostas... 8.
Elas estão ligadas, no fim tudo é uma coisa só. Mas cadê o fim? Não há perguntas e nem respostas, e sim, uma série de informações que estão ligadas uma à outra... Para se obter uma resposta não precisa necessariamente de uma pergunta. Bem legal isso. Pense, se eu chegar a você e falar: meu nome é Romonildo. E você perguntar: Qual o seu nome?
Se for pela lógica que estou falando, após esta pergunta o que você faria? Essa seria uma conversa de perguntas? Eu posso responder uma pergunta com outra pergunta? Não? Dizem que só os burros respondem uma pergunta com outra pergunta. Mas após a resposta não vem outra pergunta? Então! Vamos pular a resposta! Pra que responder? Não precisa! Logo após vem outra pergunta. Então não responda, pergunte! A resposta é um ponto final! Como obter um ponto final quando sabemos que na verdade a coisa não parou ali?
Por fim, outra pergunta. Pergunte também. Não responda. Você esta errada quando responde. Poderíamos ficar horas aqui fazendo perguntas com respostas. Mas pra que?
Vamos parar por aqui. Mas lembre-se, não acabou.
Ai, ai...
Dizem por ai que quando não observamos, as coisas acontecem. Estranho, não? Já pensou se um cego ficar sabendo disso? Triste, não?
Feche seus olhos. Opa, ai está á resposta! Abra ele agora e veja. Uai! Tudo está como era antes.
Maldita resposta! Por que queremos a resposta? Não vamos conseguir! Não aqui! Desista!
Mas a pergunta que não quer calar é:
Porque e pra que isso tudo?
Talvez as respostas cheguem quando eu morrer. Pois vou estar com os olhos fechados. Até lá eu vou fingir que estou vivo.
Ou talvez isso seja simplesmente um sonho meu, ou seu, sei lá...