terça-feira, 13 de maio de 2008

O último dia.

Adeus, seja lá quem você for.

Não sei qual será o destino desta página.

Será que alguém vai entrar nesta página nos próximos dias?

O que pensará quando entrar aqui depois de meses e perceber que foi abandonada?

O que vai pensar da pessoa que escreveu?

Você já leu alguma página de alguém que já morreu?

As últimas palavras que esta pessoa teve em vida?

Pois bem. Depois desta mensagem, talvez eu morra.

Isto mesmo.

E pior.

Talvez você também morra.

Escutei uns colegas no trabalho discutirem hoje.

Falavam a respeito do acelerador de partículas que estão construindo na Suíça e do medo que estavam do negócio. Diziam que o negócio iria gerar buracos negros incontroláveis e iriam engolir o planeta.

E isso iria acontecer em agosto.

Sendo assim, o mundo acaba em agosto.

Então eu não vou mais perder tempo com blogs.

Você merece aquilo que você acredita.

Já não me lembro quem me disse isso, mas parece fazer mais sentido agora.

Eu prefiro acreditar que será o fim.

E algo me faz crer que é melhor assim.

E sabe da melhor parte?

Sabe aquela mulher que aparece em meus sonhos?

Eu tenho motivos para achar que ela existe de verdade.

Ainda não posso dizer quais são estes motivos, mas direi se encontrá-la.

Mas agora, nada mais importa.

Adeus blog.

Adeus computador.

Adeus Fundação.

Adeus trabalho.

Adeus leitor.

Adeus amigos.

Vou finalmente viver algo que nunca vivi.

Se alguém procurar por mim, escreva para:

reflexosdemimmesmo@gmail.com

Alguém estará recebendo minha correspondência.

Se alguém apresentar algum livro proibido para você, leia.

Vale a pena.

E se alguém falar de algum jogo, participe.

Pena que eu não pude explicar detalhadamente o que aconteceu.

Mas talvez outra pessoa faça isso.

Procure.

Investigue.

O desertor nunca vence.

E o vencedor nunca desiste.

E lembre-se de que tudo é um ciclo.

Talvez eu volte.

Mas se voltar, tudo será diferente.

Eu tenho um plano e ainda não pude falar nada a respeito.

Caso se interesse, mande-me um e-mail.

Mas, no momento,

Eu desisto.

De tudo.

Para poder vencer.

Viva o Gimnosofismo!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Persuasão.


Voltei.

Ainda vou ficar mais alguns dias.

Mas não sei exatamente quantos.

Mas já que vou embora, deixo para trás minhas últimas perguntas.

Qual é a coisa mais importante que existe em sua vida?

Aquilo sem o qual nada mais faz sentido?

O que é mais importante?

O poder do argumento ou o da persuasão?

Pense em todas as atrocidades já feitas em nome de governos e religiões tiveram o aval da maioria.

E pense em todas as coisas erradas que você vê acontecendo e fica quieto.

E depois se pergunte em que você acredita.

E por que você acredita nisto.

E pense em como essa crença veio parar em sua mente.

E lembre-se como foi até aqui. Para tudo o que você aprendeu.

E depois pergunte-se mais uma vez.

Qual a finalidade disto tudo?

E me diga você.

Por que eu escrevi este blog?

Qual foi meu intuito?

Senhor Lúcio, se achas que algum momento eu pude supor que sabia algo além do que estava dizendo, desculpe-me.

Talvez eu não tenha sido claro...

Se pareceu o contrário, desculpe-me...

Mas eu não sei nada.

Nunca soube.

E nunca vou saber.

E até onde eu sei...

Você também não sabe.

E se estou errado, prove-me.

Gostaria de poder aprender algo com alguém.

Quem que que seja esta pessoa.




Foram 32 postagens.

A próxima será a última.

Morro aos 33.

Irônico, não é?



Pax.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Mudanças.

Metamorfoses. Transformações.

Comecei esse blog totalmente sem nenhuma pretensão.

Muito do que você leu aqui funcionou como terapia para mim.

Muito disso fez parte de um experimento comportamental também.

Mas hoje, pensando bem, não sei qual foi o benefício disto tudo.

O que eu sei, no final das contas?

Ainda tenho muito a aprender.

Mas conheci muita gente interessante.

Meu amigo Francisco está escrevendo uma história sobre as coisas que ele tem visto em seus sonhos. Faz parte de uma terapia para ele também.

Estou acompanhando a história que ele está escrevendo, que por sinal estou achando fabulosa. Estou percebendo tantas metáforas que estou realmente surpreso. Não sei o que exatamente ele tinha em mente, mas posso dizer que estou achando a trama extremamente interessante.

Ao longo desses dias em que escrevi fui acrescentando alguns endereços que chamei de “Literatura Proibida”. Estão todos aí na barra ao lado.

Tem o meu amigo Raoul, que mora em Amsterdã e começou a escrever um blog muito diferente do que estou acostumado a ler. Tem também o Ernesto, Gimnosofista, que conversou bastante comigo por e-mail, apesar de não ter atualizado a página dele. A conversa foi realmente interessante.

Viceroy, que escreve textos muito bons.

Paule, o anarquista. O rapaz é uma metralhadora de idéias. Se ele souber para onde apontar essa metralhadora, poderá fazer um dia um estrago considerável.

E sem falar de Giuzeppe Coalhada, o qual eu realmente gostaria de manter contato, mas que não sei como contatar.

E nos últimos dias, Catharina Moura, da qual eu ainda tinha muito o que aprender a respeito...

Mas eu acho que vou ter que abandonar tudo isto.

Vou ter que parar de escrever.

Motivos de saúde.

E também profissionais.

Talvez eu poste mais alguma coisa antes de viajar.

Vou ficar talvez mais de um mês ausente.

Para onde vou, não terei acesso a nenhum veículo de comunicação.

Portanto, se vocês não mais me verem,

Adeus.

Talvez um dia eu volte.


E para não deixar de ser clichê,


Foi bom enquanto durou.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

A história do príncipe e do empurrãozinho.

Essa história é dedicada a alguém muito especial.

E você, quando ler isto, vai saber do que estou falando.

Esta história não fui eu quem escreveu. E também não sei quem escreveu...

Só sei que li em algum lugar.

Um príncipe estava completamente bêbado. E no meio da bebedeira, vociferando absurdos, clamou:

_Quem pular no meu lago cheio de crocodilos e conseguir sair de lá vivo, pode ficar com esse castelo!

Olhares foram trocados em toda a festa. Não riram por que era o príncipe. Mas é claro que ninguém iria tentar... E o príncipe continuou.

_Ah, é assim! – Continuou. – Então ta. Quem fizer isso pode ficar com todas as minhas mulheres! – Disse ele apontando o dedo para umas mulheres que estavam sentadas, que olharam assustadas.

E é claro, ninguém mais disse nada.

_Tudo bem então. Então eu vou falar pela última vez. Quem fizer isso pode ficar com meu título de nobreza. E também com todas as minhas posses.

E eis que um homem, desconhecido por todos aparece lá embaixo. E todos olham assustados. E ele luta bravamente com os crocodilos. Abre a boca de um, chuta a cara de um outro, sangra e rasga e pula e luta e enfim, consegue sair lá de baixo.

E todos aplaudem, ensandecidos.

O príncipe não acredita. Havia perdido tudo. Olha para o homem, todo sangrando, molhado, ofegante e pergunta.

_Como foi capaz de fazer isso? Foi a vontade de ter o meu título que fez com que você conseguisse tudo isso?

_N-não... – Disse o homem, ainda ofegante.

_O que foi então? É o meu dinheiro que você quer?

-T-também não! – Disse, puxando forte o ar.

_Então o que? O que você quer? – Pergunta o príncipe, aflito.

Silêncio enquanto ele recobra o fôlego.

Enfim, ele diz:

_Eu quero descobrir quem foi o desgraçado que me empurrou lá embaixo!

XXX

Pois é.

Na vida, a gente é capaz de fazer coisas que a gente nunca imaginou.

Só precisamos de um empurrãozinho.

É o que dizem.

Por que sonho que se sonha só é só sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade.

Mas eu nunca sonhei nada com ninguém.

Então tudo não passa de mais uma enorme mentira.

E vivo me auto-iludindo.

Eu precisava de um empurrãozinho.

Estou a ponto de desistir.

De tudo