terça-feira, 8 de abril de 2008

O livro dos sonhos

Essa noite tive mais um daqueles sonhos recorrentes idiotas. Daqueles que eu sonho desde que sou criança... Sonhei que tinha ido ao trabalho e que havia me esquecido de colocar as calças. Só descobri quando já estava no trabalho, e todo mundo percebeu e riu da minha cara.

A pior parte, é que no sonho, não sei por que, lembrei-me que esse era um sonho recorrente, que eu tinha desde criança. Mas era estranho, por que daquela vez não era um sonho, pelo menos pra mim que estava sonhando, pois tudo parecia absurdamente real.

Você não fica assustado quando sonha alguma coisa que parece absurdamente real? Eu fico. Então tentei bancar o meu próprio analista e interpretar meu próprio sonho... Pensei que talvez isso estivesse acontecendo por que eu estaria passando por algum processo que estaria me confrontando com minhas próprias vergonhas... Aí lembrei-me do blog.

O blog é a sombra, minha força maligna. Os aspectos não aceitos da minha personalidade? Teria isso alguma coisa a ver com minha timidez? Com alguma coisa que não contei até agora? Que nunca vou contar? Que já contei? Não sei.

Dizem que os sonhos demonstram aspectos da vida emocional. Sua linguagem é representada por símbolos. Para entender seus variados conteúdos, temos que estudar os simbolos. Segundo Jung, enquanto o inconsciente pessoal consiste fundamentalmente de material reprimido e de complexos, o inconsciente coletivo é composto fundamentalmente de uma tendência para sensibilizar-se com certas imagens, ou melhor, símbolos que constelam sentimentos profundos de apelo universal, os arquétipos.

A neurociência, entretanto, afirma que o sonho é apenas uma espécie de tráfego de informação sem sentido que tem por função manter o cérebro em ordem. Essa teoria só não explica como esses enredos supostamente desconexos são responsáveis por grandes insigths, como em Thomas Edison, por exemplo. Edison, que estava a desenvolver o fonógrafo e dormia muito pouco, certa vez sonhou com a manivela, finalizando o seu projeto em 1877.

Francis Crick, um dos cientistas que descubriu a forma em dupla hélice da molécula de DNA, sonhou com duas cobras entrelaçadas na noite anterior à grande descoberta. O beatle Paul McCartney sonhou com uma melodia, acordou, foi para o piano e compôs “Yesterday”, um dos maiores clássicos de todos os tempos. Há muitos outros casos de sonhos reveladores em várias áreas da ciência e da arte. O que não impede que os sonhos sirvam também para recuperar a saúde do organismo e do cérebro.

Eu já sonhei com resoluções de problemas matemáticos. Já sonhei com músicas, e as escrevi quando acordei. Sonhei com histórias, inteiras.

Na maioria das vezes, quando sonho, eu sou a pessoa que vivencia a história, mas algumas vezes, não, é como se eu tivesse vendo um filme, e as cenas passassem em frente a meus olhos, como uma revelação.

Você consegue imaginar um livro que foi escrito apenas com imagens de sonhos que se juntam? Você conseguiria interpretar os símbolos? Para onde eles levariam? E se eles representassem alguma coisa na qual você se identificou? Andei pesquisando sobre isso. Se alguém souber alguma coisa a respeito de alguém que teve alguma idéia parecida, me avise. David Lynch trabalhou algo parecido em seus filmes, em especial Mulhohand Dr. Tem também um blog com coisas muito interessantes. Chama-se Crônicas Oníricas e o Link está fixado na coluna à direita do meu blog. A história é horripilantemente familiar para mim.

Recebi alguns e-mails de pessoas dizendo que estou enrolando muito para revelar características ligadas à minha pessoa. Acho que as pessoas querem ler sobre características pessoais umas das outras quando visitam blogs. É só dar uma olhada nos posts com mais comentários. Todos eles, de alguma forma começaram a revelar alguma coisa do campo pessoal ligada a minha pessoa. Você é muito impaciente. Mas calma! No próximo post vou falar sobre mim. Coisas que nunca falei. Para ninguém.

Por hoje é só. Até mais.

Um comentário:

Unknown disse...

Obrigado por indicar o meu blog.